Vinhos da FronteiraUruguaiana na rota dos vinhos
Não que isso seja uma novidade a menos de três meses do término do ano. Mas também é verdade que desde 2020 a Associação dos Produtores de Vinhos da Campanha Gaúcha conquistou o selo de IG (Indicação Geográfica) onde atesta seu ‘terroir’ (termo francês que é a cominação entre o solo, o clima e o homem que está naquele lugar).
Rótulos de enaltecimento potencial, em Uruguaiana, não são problemas. Vem desde que era uma vila onde, durante a Guerra do Paraguai, foi o único município fundado pelos Farroupilhas.
Não satisfeita a Princesa do Rio Uruguai se consolidou, já no século passado, como a primeira destilaria de petróleo do País, maior Porto Seco da América Latina e até o 3º maior Carnaval do Brasil.
Ainda inquieta, veio a se tornar a capital dos freeshops e, por último, a capital da rota fronteiriça e missioneira dos vinhos.
Ao lado de cidades como Barra do Quaraí, Itaqui e São Borja encorpa um embrionário porém não menos encantador roteiro, apresentando um relevo plano e infinito, com solo argiloso-rochoso, sob intensa amplitude térmica num mesmo dia que somado a sua incidência solar, situada no paralelo 29°, torna-se o lugar ideal para o cultivo das videiras.
Foi de olho nesse potencial que a agência de viagens 7Rotas (7rotas.com), empresa com mais de 10 anos de experiência em roteiros nacionais e internacionais, em parceria com a enófila Gisele Luz, entendeu explorar esse terreno espaçado e igualmente fascinante.
Uma sommelier, Suzane Gomes, diretamente de São Paulo, esteve junto do grupo para trazer seu paladar e conhecimento nesse intercâmbio salutar e necessário para o desenvolvimento da região.
Focado em Uruguaiana, o trajeto uniu quatro das cinco cidades mais distantes de Porto Alegre para inspirar um passeio imersivo em propriedades que se retroalimentam em exemplo de sustentabilidade e cumplicidade local.
As grandes distâncias percorridas, se por um lado requerem paciência dos turistas, geram um charme que mistura ansiedade e surpresa em uma fórmula cativante. Outro predicado, seja no que diz respeito a produção das uvas ou seja na condição de acolhimento, está no clima. Com uma das maiores amplitudes térmicas do País, toda a fronteira do Rio Grande do Sul dificilmente vai se fazer esquecer: seja pelo frio congelante ou até mesmo o calor escaldante.
Se geograficamente, ao menos do que diz respeito ao resto do País, a região não se mostra privilegiada, esse afastamento do grande centro automaticamente empurra toda a localidade para mais próximo do sol que, a cada vez que se põe (ou apaga as brasas, como descreve o tema Por Quem Cantam os Cardeais), resulta em paisagens de tirar o fôlego.
